Diário acadêmico

CORRUPÇÃO E IGNORÂNCIA

Posted on: 23/03/2009

Análise do artigo Corrupção e Ignorância: os efeitos negativos dessa combinação no cotidiano do povo brasileiro produzido pelo mestre de sociologia da Universite de Perpignan, França e professor da Faculdade 2 de Julho, Jorge Lisboa de Paula.

Jorge diz que o objetivo de tal artigo é estimular a discussão sobre os prejuízos da nação por não ter uma noção aprofundada sobre cidadania e ética.

 

O Brasil é um dos últimos no Ranking de educação. Numa lista de 129, atinge apenas a 76ª posição (http://www.endividado.com) em uma pesquisa feita em 5/5/2008 da Unesco. Trata-se de uma posição muito incômoda e preocupante se for levado em conta que para se conscientizar, antes de tudo a pessoa precisa se informar. E como ter acesso à informação sem as ferramentas necessárias para absorver e entender a real gravidade dos fatos? Esse tipo de entendimento e conscientização, na minha opinião, somente pode ser adquirido por uma educação de qualidade, não só nas escolas, mas também dentro de casa.

 

 Moral e Cívica

Em um tempo, não muito distante, a educação moral era mais valorizada. As escolas tinham em sua grade curricular uma disciplina chamada Moral e Cívica, o próprio nome já nos diz o que era ensinado. As crianças entendiam os pais sem que fosse pronunciada uma só palavra, o olhar dizia tudo. Não penso que isso seja uma forma de repressão, como muitos devem estar pensando. Era respeito.

 

Imaginem o espanto de nossos avós se tivessem que freqüentar nossas escolas! Não é novidade para ninguém a presença de policiais nas portas de instituições de ensino para garantir a segurança de alunos e professores. Sim, porque o que parecia surreal na época de nossos avós hoje em dia é mais que comum. Professores são agredidos física e psicologicamente por seus alunos. Difícil acreditar que houve um tempo em que eram autoridade máxima na sala de aula, com o apoio inclusive dos pais. Parece-me que havia uma parceria entre escola e família para a construção de cidadãos.

 

A questão é que o fato vem se transformando numa bola de neve. Ninguém quer se responsabilizar pela educação de nossas crianças, as instituições acham que isso é obrigação dos pais, enquanto esses, já prejudicados pelo mesmo descaso se isentam de tal tarefa.

 

É mais fácil delegar essa tarefa aos professores, babás ou quem quer que seja. Os pais contemporâneos são muito ocupados com o acúmulo de funções no trabalho. Eles se defendem dizendo que é para dar uma vida melhor para os filhos, mas isso também é questionável. Será melhor ter uma boa soma em dinheiro no banco do que a presença ativa dos pais, amando, apoiando e educando de perto? Cada um tem sua opinião.

 

 Políticos e política

Existe também o outro lado dessa questão, os políticos. Nossos políticos, corruptos em sua maioria, sem querer generalizar, desde muito tempo estão acostumados a direcionar o povo para onde querem.

 

Quando era o voto de cabresto usavam de persuasão agressiva para impor ao povo certo candidato. Pelo menos dessa maneira era mais fácil saber quem eram os bandidos. Agora que conquistamos a tão sonhada democracia, que nos obriga a ir para as urnas, perdemos de vista os verdadeiros vilões.

 

Nossos políticos usam os mais inusitados recursos para enganar. Desde a compra de votos, ou melhor, a troca por coisas práticas como tijolos, areia, ou cestas básicas, para atender à necessidade imediata de um povo carente que não tem instrução, informação, ou noção de como julgar certos valores morais, até o uso de recursos como photoshop e maquiagem, na intenção de tornar apresentável uma imagem que não se apresenta a ninguém.

 

Se nosso povo conseguisse enxergar o que está nos bastidores desse espetáculo, se tivesse interesse em fazer valer seus direitos; saberia que se o político tivesse cumprindo suas promessas ambiciosas e às vezes mirabolantes, ou mesmo fazendo suas obrigações básicas como representante do povo, certamente moradia e comida não seriam problemas tão comuns por aqui.

 

 Comunicação pelo social

Outro ponto interessante abordado no texto é o papel do comunicador nesse processo. Todos sabemos a enorme influência que a mídia exerce na população, que absorve facilmente jargões, modismos, tendências e idéias. Mas também não é novidade que a imprensa, que poderia ser instrumento de conscientização popular, é muito mais usada para manter o povo ignorante. Exibem programas para distrair nossos cidadãos, afastá-los da realidade e mantê-los no papel de consumidores, entupindo as telas com comerciais e programas pouco relevantes.

 

Exploram as desgraças da sociedade em busca de audiência. Maquiam a gravidade de certos fatos que são transmitidos nos jornais com palavras difíceis com as quais o povo não tem a menor intimidade.

 

Tudo isso nos mostra que podemos sim ajudar a melhorar esse nosso país fazendo o que melhor sabemos, comunicar, informar e ser honestos ao desempenhar esse papel. Porém uma coisa não pode ser ignorada, a grande questão inicial. Sem educação de qualidade torna-se, no mínimo, muito difícil abrir os olhos do Brasil para essa realidade.

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