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O silêncio diz tudo
Posted on: 06/10/2009
- In: pensando na vida | Poemas
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Ele, que é sempre tão tagarela, passou o dia em silêncio.
Tentei puxar assunto, fazer graça, provocar uma briga,
nada funcionou.
Aqueles olhos distantes já não brilhavam quando me viam,
a voz rouca não ecoava nos meus ouvidos, e sua
presença transformou-se na ausência de tanta coisa…
Procurei no fundo daquele olhar encontrar um sinal de mim mesma,
algo que salvasse meu coração e nos trouxesse de volta. Não encontrei.
Somente uma lágrima escorreu por sua face reduzindo a pó minha esperança.
Entendi seu choro mudo, minha morte dentro de ti, e
o fim do nosso amor… Entendi, mas não aceitei.
O que prefiro esquecer
Posted on: 04/10/2009
Ontem à noite, ao sair do prédio onde moro, vi um garoto remexer o lixo a procura de comida.
Aquela imagem entrou pelos meus olhos e se instalou na memória feito flash back de um tempo que eu não quero lembrar, de uma vida que não era minha.
A criatura se misturava aos dejetos de tal forma que era difícil distinguir o que era gente do que era lixo… Quem sou eu de quem é o menino. O que é o Brasil do que é a miséria…
E até onde vai nossa impotência? Virei o rosto, preferi não encarar.
Visto de fora parece covardia, omissão e às vezes me pego pensando nisso.
Quero ajudar a quem precisa, mas isso é reviver situações e ressuscitar lembranças que há muito enterrei e prefiro que permaneçam mortas.
Recordações que destroem meu ego, rasgam minha alma e apavoram.
Ainda não descobri um remédio para essa dor, que de tão forte chega a ser física e, por isso, convivo com a culpa e a covardia.
Diário acadêmico 